CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL
TÓPICOS DE ENSINAMENTOS
CONVENÇÃO DE 1936
CONGREGAÇÃO CRISTÃ DO BRASIL
RESUMO DA CONVENÇÃO REALIZADA EM 1936.
PREFÁCIO
Devido à necessidade sempre crescente da Obra de Deus, o Senhor fez compreender
a seus servos nas Reuniões Gerais de 1998, que seria necessária a nova edição
do Resumo da Convenção das Igrejas da Congregação Cristã no Brasil do ano de
1936, assim como o Resumo das Reuniões Gerais de Ensinamentos do ano de 1948,
já que esses dois trabalhos tiveram a assistência do irmão Ancião Louis
Francescon, a quem esta Obra foi revelada.
Naturalmente existem ensinamentos que não se acomodam mais com a época atual,
pois o Senhor determinou que fossem feitos para aquela ocasião e assim foram
agora suprimidos, e também ampliados alguns que a prática demonstrou essa
necessidade. Entretanto, no demais permanecemos na revelação da parte de Deus
que os servos de Deus tiveram na ocasião e que foi a razão do grande progresso
desta Obra no Brasil e no mundo.
Para não se tirar o sabor do que foi feito, seguiremos a mesma ordem e
disposição do que o Senhor determinou na simplicidade e sempre com a guia do
Espírito Santo, todavia, sendo atualizada a ortografia.
CONVENÇÃO
A convenção foi iniciada às oito horas da manhã do dia 20 de fevereiro de 1936,
sendo aberta pelo mais velho Ancião do Brasil, irmão Luiz Pedroso, que convidou
a todos para orarem ao Senhor. Terminada a oração e tratando-se de uma primeira
reunião geral de todas as Igrejas da mesma fé no País, não desejando pois o
ministério de então, que prevalecesse a sua autoridade suprema na direção dos
trabalhos, pediu aos irmãos a indicação da mesa que deveria dirigi-la, sendo indicado
pelo irmão Antonio Cardoso Gouveia, com aprovação de todos os presentes a
seguinte: Presidente, Irmão Ancião Louis Francescon; Vice-Presidente, Irmão
Ancião Luiz Pedroso; Secretário, Irmão Reynaldo Ribeiro e Vice-Secretário,
Irmão Francisco D'Angelo.
Procedeu-se então à chamada e registro dos representantes de todas as
Congregações. À tarde foram tratados casos particulares de algumas localidades.
No dia seguinte, ao ser iniciada a continuação da convenção, buscou-se a face
de Deus em oração, sendo lido e exortado, após, o Salmo 133, pelo qual fomos
ensinados a permanecer sempre unidos na fé divina, que nos unge e nos confirma
em Cristo Jesus.
HORÁRIO - ORDEM DOS SERVIÇOS ESPIRITUAIS E CONSELHOS DIVERSOS
Não deve existir um horário determinado para abertura do serviço de culto,
podendo o mesmo ser estabelecido de acordo com a necessidade que se apresentar.
O serviço de culto, sempre que possível, não deve passar de uma hora e meia;
quem o preside tem que se fazer guiar pelo Espírito Santo e, em particular,
para fazer a exortação da Palavra. Se se tomar a Palavra para atingir alguém,
não é o Senhor Quem guia; o povo de Deus só por Ele deve ser ensinado; assim
compreendemos que não se pode tomar o lugar do Espírito Santo, já que os dons
não são dados aos homens para que estes tenham domínio sobre eles, porém, para
por eles serem dominados.
É permitido pelo Senhor, de acordo com Sua Palavra, que mais de um servo se
levante para exortar a Palavra no mesmo culto; entretanto, ao segundo compete
considerar o que o Senhor enviou pelo primeiro, a fim de não desfazer a
impressão do que veio antes. Todavia, a experiência nos tem ensinado que em
geral melhor seria que só um exortasse, principalmente sendo ele revestido pelo
Senhor para a necessidade que se apresenta.
É necessário que o Espírito Santo tenha livre ação na Igreja; assim não deve
existir entre os membros do Corpo de Cristo o ciúme e a inveja; quem preside o
culto deve ter muito cuidado, não deixando os solícitos ou presunçosos abusarem
do precioso tempo, para que a Igreja não venha a perder gloriosos benefícios.
Os servos de Deus não devem receber queixas que não possam ser confirmadas na
frente dos acusados; nesses casos devem repreender o acusador com caridade e
verdade, mostrando que se encontra em caminho errado; se o repreendermos ele
compreenderá que o amamos e desejamos o seu bem.
As orações e testemunhos devem ser movidos pelo Espírito Santo para que o
Senhor possa manifestar a Sua Obra e consolar Seu povo; quem manifesta
sentimento contra qualquer, em testemunho ou oração, não é guiado pelo Senhor,
porém, pelos seus próprios sentimentos.
Aqueles que desejarem ministrar a Palavra de Deus deverão ter os requisitos
conforme é determinado em I Timóteo 3, vs. 1 a 7.
Todo servo de Deus deve trabalhar para o seu sustento material. Não dependendo
da irmandade pode agir com mais franca imparcialidade em todos os casos que se
apresentarem.
SUBSTITUIÇÕES NO SERVIÇO - VIAGENS E CARTAS DE APRESENTAÇÃO
Quando o Ancião ou Cooperador se ausentar, deverá deixar para atender os cultos
um irmão competente, devendo a irmandade honrá-lo. Sempre que um Ancião ou
Cooperador, ou mesmo um irmão reconhecidamente aprovado pelo Senhor e também
confirmado pelo Espírito Santo, sentir-se enviado a realizar uma missão,
compete aos demais irmãos da localidade cooperar com suas despesas, a fim de
poder dar cumprimento ao que for determinado pelo Senhor.
Os Anciães que viajam são geralmente inquiridos por irmãos sobre casos ou
pequenas disputas que surgem entre a irmandade.
Nesses casos, esses devem ser convidados a comparecerper ante o ministério
local, e só aí, então, deverão ser atendidos dando-se a devida solução ao caso.
Todavia, sempre convidando-os a se reconciliarem de acordo com a Palavra de
Deus, agindo-se com paciência, sabedoria e imparcialidade.
Salvo em alguns casos, não se deve hospedar nenhum irmão de fora, sem uma carta
de apresentação assinada pelo Ancião ou Cooperador da localidade a que ele
pertence, devendo constar na mesma o motivo da viagem.
Nas Congregações onde o Senhor ainda não tenha manifestado nenhum dom para
edificação, a Ele deve ser clamado para que levante alguém, de acordo com o
testemunho da Sua Palavra.
ORAÇÕES - UNÇÃO - MOLÉSTIAS CONTAGIOSAS
Somos chamados, às vezes, a orar por pessoas estranhas à nossa fé; se o
Espírito Santo nos determinar, devemos atender sem cautela; todavia fazemos
sentir que não somos médicos nem curandeiros. Só apresentamos a Deus por fé o
seu caso e, se a sua fé for suficiente e crer que Jesus Cristo o podecurar,
d'Ele obterá a saúde.
A unção pertence ao Ancião e, na sua ausência, ao Cooperador do Ofício
Ministerial ou ao Diácono.
Não se justifica um pedido de oração e uma unção por pequenos males, somente em
casos de doenças graves, porém sempre que guiados pelo Senhor. Todavia, quem
pedir unção deve estar de acordo com o capítulo 5 S. Tiago - vs. 14,16.
Em geral não se deve agradecer ao Senhor na Congregação em testemunho, quando
se busca socorro humano; porém, estando sujeitos à lei em determinados casos, assim
temos que obedecê-la. Em qualquer caso, a ninguém cabe o direito de julgar
outrem, por ter tido necessidade de tal socorro. Não é permitido nas
Congregações ou fora delas, falar contra médicos e remédios; a fé é um dom de
Deus.
Em obediência às leis sanitárias do País, não devem participar de nossos cultos
e reuniões, pessoas acometidas de moléstias que essas leis consideram
infecto-contagiosas.
MANIFESTAÇÕES - REVELAÇÕES - VISÕES PROFECIAS ESTRANHAS À PALAVRA DE DEUS
É necessário muito cuidado, pois no geral somos provados com essas imitações
satânicas para melhor compreensão de toda a Palavra de Deus. Claro que não se
poderia conhecer a moeda falsa se já não existisse a verdadeira; é necessário,
pois, provar os espíritos, se são de Deus ou não. Os frutos e os dons do
Espírito Santo são para glorificar a Deus em Cristo Jesus em pureza, conforme a
Sua eterna Verdade.
Para os resgatados pelo Sangue do Concerto Eterno, há um só império, o de
Cristo Jesus que venceu a morte e o inferno. Antes da vinda do Senhor Jesus, o
inimigo tinha o império sobre a morte; vindo Cristo, aniquilou todos os
poderes, assenhoreando-Se sobre tudo, sendo Senhor dos vivos e dos mortos, e de
todas as coisas.
TENTAÇÕES E FRACOS NA FÉ
A tentação não é um pecado; é a manifestação clara do poder do maligno do qual
fomos libertos. Se tentados, é necessário resistirmos até nos vermos livres
desse mau poder, dando-se assim o valor que merece a salvação que temos
alcançado, pela fé, em Cristo Jesus.
Não se pode impedir que as aves voem sobre nossas cabeças, porém, pode-se
impedir que sobre as mesmas elas façam seus ninhos.
Nos testemunhos, não se deve citar proezas e feitos do inimigo; ele combate o
crente, na verdade, mas é vencido de qualquer forma, embora se transfigure de
muitas maneiras. O que habita no crente jamais se transformará.
Existem em nós ainda imperfeições, que serão eliminadas se seguirmos a Luz que
recebemos dia a dia do Nosso Senhor, até o perfeito amanhecer.
Na Igreja do Senhor sempre existiram os fracos na fé; os fortes que não os
desprezem, antes orem por eles para que possam servir de conforto àqueles que o
Senhor vem chamando.
CULTOS - LEITURAS ESTRANHAS
O povo de Deus não tem necessidade de freqüentar outros cultos e nem de ler
leituras religiosas de diferentes princípios. Na Sagrada Escritura existe tudo
o que se precisa, individual e coletivamente.
Se alguém precisa de sabedoria para entender o que Deus tem já revelado em Sua
Santa Palavra, como filho, deve recorrer a Ele para alcançar o necessário entendimento.
BATISMO POR IMERSÃO
Este sacramento se exerce por imersão conforme declarado no cap. 2, ver. 12 Aos
Colossenses, praticados pela Igreja primitiva: "EM NOME DE JESUS
CRISTO", Atos 2, ver. 38 e de acordo como o Santo Mandamento: "EM
NOME DO PAI E DO FILHO E DO ESPÍRITO SANTO". S. Mat. 28, ver. 19.
BATISMO DO ESPÍRITO SANTO
Quando o fiel receber a virtude do Espírito Santo não deverá dizer "fui
batizado", porém esperará até que o Espírito Santo se manifeste falando
novas línguas, de acordo com a Palavra do Senhor.
SANTA CEIA
A Santa Ceia deve ser efetuada com um só pão e partido com a mão, e também com
um só cálice, não alterando o que é determinado na Palavra de Deus. Para
serví-La deve-se honrar sempre, primeiramente ao Ancião, Cooperador ou Diácono
local.
ÓSCULO SANTO
O ósculo santo deve ser dado de coração, na despedida do serviço ou em caso de
viagem, todavia, sempre entre irmãos ou entre irmãs, de per si.
VISITAS
É necessário usar de prudência ao se freqüentar casas quando as irmãs se encontram
sós, assim como não se deve viajar a sós com elas, salvo em casos muito
excepcionais.
Em geral não se deve tomar leve confiança pessoal entre sexos diferentes; os
irmãos devem se portar varonilmente na Igreja e em todos os menores atos de sua
vida.
CASAMENTOS
O matrimônio legal que a Congregação Cristã no Brasil reconhece é o que está de
acordo com a Lei Civil de cada país. Os amasiados que desejarem ser batizados
deverão se casar de acordo com a lei. Os que tiverem impedimentos de o fazer,
deverão expor com verdade sua situação aos servos de Deus, e estes buscarão o
Seu conselho, para cada caso que se apresentar.
A Congregação não admite cerimônias religiosas em casamentos, a não ser uma
oração que poderá ser feita por qualquer irmão presente, quando não houver
Ancião, Cooperador ou Diácono, pois isso não faz parte do Ministério; portanto,
os servos não devem assumir esse compromisso. Não é permitido realizar
casamentos nas Casas de Oração da Congregação Cristã no Brasil.
O fiel deve abster-se de compartilhar em banquetes matrimoniais ou outros que o
possam contaminar, transgredindo a eterna Verdade de Deus. Atos, 15:29.
INFIDELIDADE MATRIMONIAL
Se alguns dos cônjuges tornar-se infiel ao matrimônio, deixa-se a decisão do
caso a critério da parte ofendida, pois a lei de nosso país permite divórcio a
vínculo, que somente nesse caso Deus permite. (S. Matheus 19:9). O pecador será
excluído da comunhão com os fiéis.
APRESENTAÇÃO DE RECÉM-NASCIDOS
Não se encontra na Palavra de Deus que o recém-nascido deva ser apresentado ao
Senhor pelo Ancião ou Cooperador do Ofício Ministerial, porém, por seus pais
nos próprios lares.
Há um só mediador entre Deus e os homens, que é Cristo Jesus que o abençoará.
COMEMORAÇÕES
A Congregação Cristã no Brasil não admite certos costumes como em alguns
lugares se principia a praticar, como seja, a vigília do 1° dia do ano em
cantos e orações, assim como outras solenidades para comemorar festas
materiais.
FUNERAIS
O serviço a ser feito em funerais, deve ser julgado de acordo com o
momento.Todavia, não se deve levar o corpo na Casa de Oração, pois isto
tornar-se-ia um hábito e imitação de costumes mundanos, que não se fundamentam
na fé apostólica e na Palavra de Deus.
VESTUÁRIO
A palavra de Deus nos ordena a modéstia e esta deve ser sempre modelada de
acordo com a Sua luz; não devemos dar determinações particulares sobre esse
assunto.
JEJUM
O jejum não é uma ordenança formal; é livre praticá-lo quem se sentir, porém,
só entre si e o Senhor.
FACHADAS DE CASAS DE ORAÇÁO E OFERTAS DE IMÓVEIS
Onde o Senhor der oportunidade de se construir ou já existindo Casas de Oração
construídas, é preciso que na fachada só exista o nome oficial e reconhecido de
Congregação Cristã no Brasil.
Dentro da Congregação, no púlpito, as palavras recebidas por interpretação
desde o início desta Obra: "Em Nome do Senhor Jesus".
Não é de utilidade oferecer terrenos à Congregação sem que os mesmos sejam
úteis para a construção de Casas de Oração.
HINOS
Nossos livros de hinos são organizados e confeccionados para uso exclusivo da
Congregação Cristã no Brasil; não são vendáveis a estranhos à fé.
NOVOS ESTATUTOS E ADMINISTRAÇÃO
Ao se findar a Convenção foram apresentados, considerados e aprovados os novos
Estatutos da Congregação Cristã no Brasil, pelos quais deverão se reger perante
a lei todas as Congregações da mesma fé, no país.
Nessa mesma ocasião foi eleita a Administração para gerir as coisas materiais
da Congregação e que ficou assim constituída:
Presidente: José Balthazar Affonso;
Tesoureiro: Antonio Cardoso Gouveia;
Secretário: Reynaldo Ribeiro;
Vice-Secretário: Januário Teti.
Conselho Fiscal: Antonio D'Angelo, Anacleto Grenza e Antonio Brunazzo.
FUTURA CONVENÇÃO
Nada ficou deliberado sobre uma futura Convenção; quando a Administração,
juntamente com osAnciães, julgar necessária a sua realização, fará a convocação
comunicando às demais Congregações do país.
ENCERRAMENTO
Ao se encerrar esta primeira Convenção das Igrejas da Congregação Cristã no
Brasil, somos gratos ao nosso Criador pela paz e harmonia que fez reinar em
tudo o que foi apresentado e deliberado. Sendo ela encerrada às onze horas e
trinta minutos do dia vinte e cinco de fevereiro de mil novecentos e trinta e
seis com uma exortação no Capítulo II da carta a S. Tiago e ao final com uma
oração.
São Paulo, março de 1936.
(a) Louis Francescon
(a) Luiz Pedroso
(a) Reynaldo Ribeiro
(a) Francisco D’Angelo
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