Câmara homenageia pioneiro de Foz
O carpinteiro Waldemar Rodrigues da Silva, cujo legado são as inúmeras construções espalhadas por ruas e avenidas de Foz do Iguaçu e também sua dedicação incansável à doutrina da Congregação Cristã, recebe nesta sexta-feira, da Câmara de Vereadores, o título de “Cidadão Honorário”. A cerimônia está marcada para as 19h.
Waldemar é pai do colega Joel Rodrigues da Silva, gerente do Departamento de Recursos Humanos; pai do colega Brasilino Rodrigues da Silva, assistido pela Fibra; é sogro da telefonista Célia Emília Bueno da Silva. E é, ainda, avô de Paula Rodrigues, da equipe do GT-Itaipu Saúde, e da jornalista Abilene Rodrigues, que presta serviços à Comunicação Social.
Ao todo, seu casamento com Laura Alves da Silva, que já dura 62 anos, resultou em sete filhos e quatro filhas, que lhe deram 63 netos e 26 bisnetos.
Waldemar nasceu em 28 de junho de 1920, na cidade sul-mato-grossense de Terenos. Ele veio a Foz do Iguaçu há exatos 57 anos. Durante todo esse tempo, cultivou basicamente três paixões: a carpintaria, a família e a doutrina da Congregação Cristã.
Construções
Logo que chegou a Foz, em 1953, Waldemar começou a trabalhar como carpinteiro. E não foram poucos os serviços. Ele guarda até hoje uma espécie de livro-caixa, onde registrou todos os recebimentos ao longo da vida.
Na lista de construções, está o antigo Hotel Cassino (atual Senac); Hotel Real, um dos primeiros da cidade; sede de três igrejas católicas, nos bairros Maracanã, Porto Belo e Porto Meira; Country Clube e Oeste Paraná Clube; antigo hospital Santa Casa; primeiro estúdio da Rádio Cultura; Hotel das Cataratas; e o primeiro prédio da Fundação Cultural, na Rua Quintino Bocaiúva.
Waldemar auxiliou também na edificação das casas da Vila A, no período de construção da Usina de Itaipu. “Foram tantas obras que até já perdi as contas”, diz ele. E completa: “Na maioria delas, meus filhos pequenos me ajudavam. Hoje são administradores, contadores e empresários, mas todos começaram comigo na carpintaria”.
Fé
Quando chegou à cidade, a Congregação Cristã não contava com nenhum fiel em toda a região. Incansável, pregou a palavra para milhares de pessoas. Hoje, são mais de 5 mil. “Deus me deu o dom de evangelizar”, diz ele, que usou a sala da própria casa como igreja durante nove anos. Atualmente, são mais de 30 templos em Foz e nos municípios vizinhos. “Nós passamos muitas dificuldades nessa vida, mas eu nunca reclamei. Outro dia mesmo eu estava pensando: acho que Deus trocou meu capital pela minha saúde, eu sou um homem sem qualquer problema”.
A vitalidade é comprovada todos os dias pela esposa. “Ele sempre foi muito ativo. Até hoje não parou de trabalhar, está sempre fazendo uma coisinha aqui, outra ali. Ele não reclama de nada, tem uma saúde de ferro”. A única preocupação de Laura é, justamente, a liberdade do marido. “O que me preocupa um pouco é ele sair andando por aí, pega ônibus sozinho, vai por tudo”, brincou.
Outra testemunha da disposição de Waldemar é o empresário Sadi Carvalho. Eles se conheceram há 43 anos. “O Sr. Waldemar é uma das pessoas mais conscientes e equilibradas que conheço. Ele é ativo e preparado para debater qualquer assunto”, elogia. E completa: “É uma pessoa do bem. E apesar da idade, está sempre trabalhando. Talvez, seja este o segredo de tanta saúde e alegria”.
Na opinião do vendedor Algemir Antônio Bassi, colega de Waldemar há 25 anos, o carpinteiro pode ser considerado o verdadeiro cristão. “É uma pessoa rara. Não discrimina ninguém. Para este homem, não há diferença entre ricos e pobres ou velhos e novos. Ele encanta a todos ”, afirma.
Valorização
O empresário Amilton Salgado conhece Waldemar e a família Rodrigues há 30 anos. Para ele, a dedicação aos filhos, ao trabalho e à igreja é sem dúvida exemplar. “Ele é um homem que não cansa. Está sempre batalhando. Primeiro foi no ramo da construção. Hoje, vendendo uma série de produtos”, confirma.
Segundo o vereador Nilton Bobato, autor do Decreto Legislativo 01/2010, que concede a Waldemar o título de Cidadão Honorário, esta é uma forma de valorizar a dedicação do morador que contribuiu significativamente para a construção de Foz. “Os trabalhadores devem ser cada vez mais homenageados pela Câmara de Vereadores, pois são eles que participam efetivamente da construção de nossa cidade”, afirma.
Conforme Bobato, a homenagem a Waldemar é motivada pelo histórico do carpinteiro. “As principais construções de Foz, principalmente da década de 60 e 70, passaram pelas mãos de Waldemar Rodrigues”, completa.
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