sexta-feira, 25 de março de 2011

Cooperador é homenageado em Foz do Iguaçu...

Câmara homenageia pioneiro de Foz
 
 
 
O carpinteiro Waldemar Rodrigues da Silva, cujo legado são as inúmeras construções espalhadas por ruas e avenidas de Foz do Iguaçu e também sua dedicação incansável à doutrina da Congregação Cristã, recebe nesta sexta-feira, da Câmara de Vereadores, o título de “Cidadão Honorário”. A cerimônia está marcada para as 19h.
   
Waldemar é pai do colega Joel Rodrigues da Silva, gerente do Departamento de Recursos Humanos; pai do colega Brasilino Rodrigues da Silva, assistido pela Fibra; é sogro da telefonista Célia Emília Bueno da Silva. E é, ainda, avô de Paula Rodrigues, da equipe do GT-Itaipu Saúde, e da jornalista Abilene Rodrigues, que presta serviços à Comunicação Social.
   
Ao todo, seu casamento com Laura Alves da Silva, que já dura 62 anos, resultou em sete filhos e quatro filhas, que lhe deram 63 netos e 26 bisnetos.
Waldemar nasceu em 28 de junho de 1920, na cidade sul-mato-grossense de Terenos. Ele veio a Foz do Iguaçu há exatos 57 anos. Durante todo esse tempo, cultivou basicamente três paixões: a carpintaria, a família e a doutrina da Congregação Cristã.
  


Construções
Logo que chegou a Foz, em 1953, Waldemar começou a trabalhar como carpinteiro. E não foram poucos os serviços. Ele guarda até hoje uma espécie de livro-caixa, onde registrou todos os recebimentos ao longo da vida.
Na lista de construções, está o antigo Hotel Cassino (atual Senac); Hotel Real, um dos primeiros da cidade; sede de três igrejas católicas, nos bairros Maracanã, Porto Belo e Porto Meira; Country Clube e Oeste Paraná Clube; antigo hospital Santa Casa; primeiro estúdio da Rádio Cultura; Hotel das Cataratas; e o primeiro prédio da Fundação Cultural, na Rua Quintino Bocaiúva.
  
Waldemar auxiliou também na edificação das casas da Vila A, no período de construção da Usina de Itaipu. “Foram tantas obras que até já perdi as contas”, diz ele. E completa: “Na maioria delas, meus filhos pequenos me ajudavam. Hoje são administradores, contadores e empresários, mas todos começaram comigo na carpintaria”.
  

Quando chegou à cidade, a Congregação Cristã não contava com nenhum fiel em toda a região. Incansável, pregou a palavra para milhares de pessoas. Hoje, são mais de 5 mil.  “Deus me deu o dom de evangelizar”, diz ele, que usou a sala da própria casa como igreja durante nove anos. Atualmente, são mais de 30 templos em Foz e nos municípios vizinhos. “Nós passamos muitas dificuldades nessa vida, mas eu nunca reclamei. Outro dia mesmo eu estava pensando: acho que Deus trocou meu capital pela minha saúde, eu sou um homem sem qualquer problema”.
   
A vitalidade é comprovada todos os dias pela esposa. “Ele sempre foi muito ativo. Até hoje não parou de trabalhar, está sempre fazendo uma coisinha aqui, outra ali. Ele não reclama de nada, tem uma saúde de ferro”. A única preocupação de Laura é, justamente, a liberdade do marido. “O que me preocupa um pouco é ele sair andando por aí, pega ônibus sozinho, vai por tudo”, brincou.
   
Outra testemunha da disposição de Waldemar é o empresário Sadi Carvalho. Eles se conheceram há 43 anos. “O Sr. Waldemar é uma das pessoas mais conscientes e equilibradas que conheço. Ele é ativo e preparado para debater qualquer assunto”, elogia.  E completa: “É uma pessoa do bem. E apesar da idade, está sempre trabalhando. Talvez, seja este o segredo de tanta saúde e alegria”.
   
Na opinião do vendedor Algemir Antônio Bassi, colega de Waldemar há 25 anos, o carpinteiro pode ser considerado o verdadeiro cristão. “É uma pessoa rara. Não discrimina ninguém. Para este homem, não há diferença entre ricos e pobres ou velhos e novos. Ele encanta a todos ”, afirma.
Valorização
O empresário Amilton Salgado conhece Waldemar e a família Rodrigues há 30 anos. Para ele, a dedicação aos filhos, ao trabalho e à igreja é sem dúvida exemplar. “Ele é um homem que não cansa. Está sempre batalhando. Primeiro foi no ramo da construção. Hoje, vendendo uma série de produtos”, confirma.
    
Segundo o vereador Nilton Bobato, autor do Decreto Legislativo 01/2010, que concede a Waldemar o título de Cidadão Honorário, esta é uma forma de valorizar a dedicação do morador que contribuiu significativamente para a construção de Foz. “Os trabalhadores devem ser cada vez mais homenageados pela Câmara de Vereadores, pois são eles que  participam efetivamente da construção de nossa cidade”, afirma.

   
Conforme Bobato, a homenagem a Waldemar é motivada pelo histórico do carpinteiro. “As principais construções de Foz, principalmente da década de 60 e 70, passaram pelas mãos de Waldemar Rodrigues”, completa.

Comandante TELHADA da ROTA e da CCB...

Noticia veiculada no ESTADÃO em 16 de Maio de 2009.
Um dos homens mais temidos da Policia Militar do Estado de São Paulo é da CCB e musico...

Telhada voltou: ''O crime que se cuide''


Marcelo Godoy - O Estadao de S.Paulo
Há na polícia homens conhecidos porque com eles tudo teima em acontecer. Novo comandante da Rota, o tenente-coronel Paulo Adriano Lopes Telhada é um desses. Ele já levou pedrada em manifestação na Avenida Paulista, foi baleado duas vezes e promovido por ato de bravura. Participou de mais de 20 tiroteios com uma dezena de mortes - a última em 2008, nos Jardins, zona oeste de São Paulo, quando chefiava o 7º Batalhão. "Tudo acontece comigo." É respeitado pela comunidade gay paulistana e toca clarinete na igreja onde é o "irmão Paulo".

Fazia 17 anos que Telhada estava fora da Rota. O braçal e a boina preta estavam no armário - havia o sonho de voltar um dia. Aos 47 anos, o tenente-coronel, que tem em sua ficha dezenas de elogios e punições, assumiu o batalhão no dia 8. E, já no primeiro dia, a Rota fez uma operação contra o crime organizado. Prendeu dois traficantes, apreendeu sete armas e dois carros. À noite, após um roubo, uma equipe do batalhão matou dois acusados do crime e prendeu um terceiro, um presidiário que recebera o direito de passar o Dia das Mães em casa.

"A Rota vai agir na legalidade. Ela não vai sair na rua para matar. Mas, se o vagabundo puxar a arma para um policial da Rota, meu homem vai voltar vivo para casa. Se a Rota chegar, é pra se entregar." Em sua mesa no quartel, o tenente-coronel mantém fotos da família, um boneco do Super-Homem e uma réplica de um avião B-17, usado pelos aliados na 2ª Guerra Mundial - ele escreveu uma história sobre a participação da polícia paulista na Força Expedicionário Brasileira (FEB), na campanha da Itália, na 2ª Guerra Mundial. "Vou no dia 31 à França assistir às comemorações do desembarque na Normandia."

Telhada está vibrando. "Ele tem uma ascendência impressionante sobre a tropa", disse o coronel da reserva Mário Fonseca Ventura. Sua família o viu apenas um dia desde que assumiu o batalhão. Foi no domingo, quando Telhada se transforma no irmão Paulo, da Congregação Cristã do Brasil. O comandante é homem religioso. Ao aperto de mão, segue-se a saudação: "A paz de Deus, irmão."

Evangélico desde o tempo em que eles eram chamados de "crentes", Telhada tinha 15 anos quando foi batizado. Depois, virou policial. Saiu aspirante na turma de 1983 da Academia de Oficiais do Barro Branco. Tinha dúvidas sobre o que ocorreria caso matasse alguém, mas foi tranquilizado pelo pastor, que disse: "A porta que Deus abre, ninguém fecha." Aos 23 anos sua equipe matou dois bandidos, prendeu outros dois e libertou 11 reféns. Acabou condecorado. O tenente Telhada, que estava no 4º Batalhão, foi parar na Rota. Era 23 de junho de 1986, quando entrou no famoso quartel amarelo da Avenida Tiradentes, no centro.

Ali o tenente começou a criar fama de que tudo acontecia com ele. Uma vez, acompanhado da reportagem do Jornal da Tarde, parou em uma delegacia para deixar um suspeito quando uma mulher lhe disse que havia sido expulsa de casa por um bandido. Telhada foi à Vila Brasilândia, na zona norte. Mandou o homem sair. O suspeito abriu a porta e deu três tiros. Acertou o braço do tenente; acabou morto. "Fui baleado duas vezes. A outra foi na mão."

"É um homem que conhece bem a unidade", disse o vice-presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, o deputado Conte Lopes (PTB). "Quem trabalha tem de ser valorizado." Ex-oficial da Rota, Conte é o maior representante da corrente de policiais que pensa que bandido bom é bandido morto. Antes de se eleger deputado em 1986, ele recebeu duas promoções por bravura em tiroteios com morte. Telhada obteve uma sem matar ninguém. Ele entrou desarmado em uma concessionária de automóveis, salvou dois reféns, prendeu os ladrões e assim virou capitão.

PAULADAS

Em 10 de abril de 1992, ele saiu da Rota. "A gente lutava pela população e só tomava paulada. A tropa foi se ressentindo." Mesmo fora da Rota, as coisas continuavam a acontecer. Telhada comandava a companhia de Perdizes em 1996, quando cruzou com três ladrões na Avenida Doutor Arnaldo. Eram 9 horas. O tiroteio deixou os três acusados mortos e fez dele o primeiro oficial a deixar o comando de uma companhia para frequentar o Proar - o programa de assistência psicológica da PM, na época obrigatório.

Tornou-se amigo do apresentador de TV Gugu Liberato, de quem teria cuidado da segurança. O suposto bico lhe rendeu uma investigação. "Tenho um monte de punição. Já viu policial de rua sem punição?" Passou a trabalhar no centro da cidade e cuidou do policiamento da Parada do Orgulho GLBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais e Travestis e Transexuais), o que lhe valeu a admiração dos participantes. No ano passado, sindicalistas que tentaram entrar no desfile acertaram-lhe uma pedrada na cabeça.

Assim o tempo passou, Telhada tirou o bigode e o cabelo ficou ralo e branco. Ele ganhou alguns quilos e as duas estrelas gemadas de tenente-coronel. Mas o raio continuou a cair no mesmo lugar. Em 29 de julho de 2008, uma visita de rotina a um quartel nos Jardins virou mais um tiroteio. O tenente-coronel ouviu pelo rádio que bandidos roubavam um flat na Rua Padre João Manoel. Telhada estava ao lado. Parou, desceu e viu os ladrões pulando um muro. "Eu disse: ?Para, que é polícia. No chão.? Um deles atendeu. Ele jogou a arma no chão, mas o outro correu e atirou." Telhada disparou um único tiro no bandido. Acertou-lhe o tórax.

No dia 6, o tenente-coronel foi chamado ao gabinete do secretário da Segurança, Antônio Ferreira Pinto. "Você vai assumir a Rota", disse o secretário. As prioridades eram combater o crime organizado e levar a Rota à periferia. Não se trata de volta ao polêmico passado da unidade. "Na minha época, eram quatro derrubadas (mortes de acusados) por dia. Houve um dia em que ocorreram 19", contou o coronel Ventura, que foi da Seção de Operações da PM nos anos 1970 e 1980.

O desejo atual é resgatar um instrumento que muitos coronéis tiveram medo de usar - para evitar problemas, houve comando que mandou a Rota patrulhar só o centro. Telhada sabe que será cobrado. "Vou retomar a doutrina da Rota, a vibração. Nós vamos vencer. A bandidagem que se cuide."